Daniela Arcabascio, que é de Cabo Frio, na Região dos Lagos, mora há 10 anos em Nova York e disse que se sentiu em um evento apocalíptico. Cientista político de Nova Friburgo também relatou os impactos. Nova York foi tomada por uma nuvem de fumaça vinda da queima de árvores do Canadá
Daniela Arcabascio/Arquivo pessoal
Brasileiros naturais do interior do Rio de janeiro relataram como está a situação em Nova York por conta da nuvem de fumaça vinda da queima de árvores do Canadá e que atingiu os Estados Unidos nesta semana.
A empresária Daniela Arcabascio, que é de Cabo Frio, na Região dos Lagos, mora há 10 anos em Nova York e disse que se sentiu em um evento apocalíptico. Ela relatou ao g1 que durante toda a semana os moradores da cidade estão convivendo com a fumaça e, só nesta sexta-feira (9), a situação começou a melhorar um pouco.
“O pior dia foi na quarta. Vários lugares aqui fecharam. As pessoas voltaram a usar máscaras e o cheiro de fumaça era bem forte. No meu apartamento, com todas as janelas fechadas dava pra sentir o cheiro”, disse.
Daniela mora há 10 anos nos Estados Unidos e disse que se sentiu em um evento apocalíptico
Daniela Arcabascio/Arquivo pessoal
Ela mora na região de Greenpoint, no Brooklyn, e tirou uma foto da janela que mostra a cidade tomada por fumaça. Veja foto abaixo.
Ela disse que uma das piores coisas foi a forma como se sentiu afetada mesmo sem sair de casa: “Tossindo e com a garganta inflamada”.
Cidade de Nova York foi encoberta por fumaça de queimadas no Canadá
Daniela Arcabascio/Arquivo pessoal
O cientista político, Matheus Marlisson, é natural de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, mora há um ano em Nova York e estava trabalhando em casa quando percebeu o céu ficando num tom amarelado na terça-feira (6).
Ele conta que pensou ser apenas um meio de tarde atípico. Matheus saiu para ir até o Museu de História Natural e percebeu que o céu estava muito alaranjado.
“Não pensei que seria algo alarmante ainda, até ler os noticiários e perceber que aquilo poderia ser consequência direta dos incêndios no Canadá. Aí sim fiquei imediatamente preocupado”, afirma.
Ele disse que foi um erro a Prefeitura de Nova York não ter atualizado os moradores sobre o que estava por vir no dia anterior. A qualidade do ar, segundo o cientista, ficou péssima, colocando a cidade como a segunda mais poluída do mundo naquele dia e deixando os nova-iorquinos preocupados.
Matheus estava em casa quando percebeu o céu ficando alaranjado
Matheus Marlisson/Arquivo pessoal
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Preocupação com as mudanças climáticas
Os brasileiros se mostraram muito preocupado com as mudanças climáticas. Daniela disse que assistiu a uma série chamada Extrapolations que retrata um futuro com os efeitos do aquecimento global e que ela nunca imaginou que fosse viver a realidade do que essa serie retrata.
“Eu me senti num evento apocalíptico”, disse.
“O pior momento foi quando eu me toquei que isso pode ser a nossa nova realidade né. Com a mudança climática e aquecimento global. Eu fiquei muito triste e assustada”, afirmou Daniela.
Friburguense mostra situação em Nova York tomada por fumaça de incêndio no Canadá
Para Matheus, o pior momento foi encontrar quase todas as pessoas de máscara e óculos nas ruas na manhã seguinte. Ele inclusive fez um vídeo mostrando a situação. Veja vídeo acima.
“Como internacionalista que estuda e pesquisa a crise climática, ficou mais nítido aquilo que já está em evidência — a natureza fez um alerta direto na capital da finança e do consumismo global de que a necessidade de ação é imediata”, afirma.
Imagem feita por Daniela nesta sexta-feira (9) mostra cidade de Nova York sem a fumaça
Daniela Arcabascio/Arquivo pessoal
O cientista político contou que em algumas regiões do país foi dado um alerta de que era necessário ficar em casa e sair somente em caso de emergência.
“Ao olhar o aplicativo do clima do meu celular, o alerta era de que a qualidade do ar estava “muito prejudicial à saúde” e que estava pior do que o dia anterior”, disse.
Apesar da vida ter voltado ao normal, Matheus vê a situação como um alerta.
” Veio com uma cara apocalíptica e quase ficcional, fez com que as pessoas se conscientizassem mais sobre o tema”, disse.
Situação em Nova Jersey
Nova Jersey também foi tomada por fumaça na terça-feira (6)
Dinho Alves/Arquivo pessoal
Os efeitos da fumaça também foram sentidos em Nova Jersey, região que fica há cerca de duas horas de Nova York. Dinho Lopes, passou a maior parte da vida em São Pedro da Aldeia, também na Região dos Lagos e se mudou para os Estados Unidos há 3 anos. Ele contou que estava passando o dia normalmente até que entrou em uma rota e percebeu uma neblina.
“Não entendi nada e comecei a sentir um cheiro de fumaça e não sabia o que tinha acontecido”, disse.
Brasileiro em Nova Jersey registra efeitos do incêndio que atinge o Canadá
Ele contou ao g1 que sentiu uma coceira nos olhos e entrou na página de um jornal local para saber o que tinha acontecido e ligou para a mulher. Além da situação no Canadá, também houve uma queimada no local que agravou a situação.
Dinho conta que precisou parar de trabalhar e o governo recomendou que as pessoas usassem máscaras.
“Além de enviarem máscaras, o governo também lançou alertas. A escola do meu filho, por exemplo, todas as coisas do lado de fora foram canceladas. Eles pediram para evitar sair de casa e nos locais de trabalho, tinham que deixar tudo fechado. Banco por exemplo, colocaram uma porta só pra entrar e sair pra evitar a fumaça”, conta.
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