Em noite com desfile vibrante de fantasias, Alessandra Bernardo foi coroada rainha, enquanto Lívia da Silva fez história como a primeira rainha trans da cidade. Lívia da Silva é uma das rainhas da corte do carnaval de Nova Friburgo, a primeira trans da história da cidade
Salutiel Filót/g1
O carnaval friburguense, já conhecido pelo belíssimo desfile das escolas de samba, começou oficialmente neste sábado (15) com o concurso municipal de fantasias e o concurso da corte do carnaval, que, pela primeira vez na história da cidade, elegeu uma representante trans como uma das rainhas.
O evento, realizado pela Liga das Escolas de Samba de Nova Friburgo (LIESBENF), em parceria com a Secretaria Municipal de Turismo e o governo do estado, aconteceu no Ginásio Esportivo Helena Deccache, no estádio do Friburguense, no bairro Olaria.
A noite começou com a 54ª edição do Concurso Municipal de Fantasias, que contou com duas categorias: Originalidade e Luxo.
Na categoria Originalidade, destacaram-se a criatividade, a performance e, principalmente, o reaproveitamento de materiais.
Concurso de fantasias em Nova Friburgo reúne luxo e originalidade
No masculino, o primeiro lugar foi para Alexandre Corguinha, que, vestido de Clara Nunes, trouxe uma crítica à intolerância religiosa. Este foi o terceiro título consecutivo do artista na competição, que chegou a ser considerado “hors concours”, expressão francesa que, no carnaval, significa algo sem concorrência, acima de qualquer outro competidor.
No feminino, o título foi para Rafinha Sambalover. Na apresentação, a sambista friburguense, que também é professora de samba, expressou a força e a coragem da mulher, representadas por uma guerreira africana.
A noite seguiu com a categoria Luxo, onde os candidatos apresentaram fantasias repletas de pedrarias, plumas e materiais ricos em detalhes.
Marquinhos Salgado, personalidade conhecida do carnaval da cidade e do Rio de Janeiro, conquistou o primeiro lugar no masculino com a luxuosa fantasia “O Beija-Flor Dourado”.
Ana Paula Magalhães garantiu a vitória no feminino com a fantasia que remete à rainha africana Agotimé, escravizada após uma disputa familiar.
A Rainha Trans
Após o espetáculo de cores e criatividade, teve início a disputa pela corte do carnaval, composta pelo Rei Momo, Rainha, Primeira Princesa e a grande novidade deste ano: a Rainha Trans/Travesti.
A consagrada Alessandra Bernardo foi escolhida Rainha do Carnaval, entre sete candidatas, dividindo o reinado com a primeira rainha trans da história da cidade, Lívia da Silva, e com a Primeira Princesa, Érika Lima.
Já o trono do Rei Momo será ocupado por Eduardo Morais, sambista que já conquistou o título em carnavais anteriores.
Em uma noite histórica, de fortes emoções, o carnaval friburguense se reinventa, celebrando não só a arte e a cultura, mas também a diversidade e a inclusão, com uma festa que reflete a verdadeira essência da folia.
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